sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Domingos Iratienses.



Vestiam-se de frescor os antigos domingos, e não era só a cobertura de ramagens onde embaixo servia-se o almoço, era o respeitoso bate papo, ouvintes atentos, sentados em cadeira de palha, no vai e vem do preparo da comida, num jogo de bola de gude, de futebol, ou simplesmente a alegria criança entrincheira embaixo das mesas fazendo algazarra e memorizando a conversa dos adultos.
Este frescor vinha do ar, onde silenciavam as fábricas de beneficiamento da madeira que a fumaça jogava no ar, o azul era mais azul, o verde era escuro, límpido aos olhos e a alma, tinha cores originais aquela aquarela chamada Irati, hoje desbotada e com restaurações aqui e ali, que escondem aos olhos, mas não a alma as tintas frescas e destiladas do seio de sua gente, de que foi feita.
É tempo de buscar resquícios, quem sabe taperas espalhadas nos quadrantes que foram ou são caminhos de almas que se propuseram a eternizar o que foi e é sua terra, no frescor de uma antiga aurora domingueira ao sol, ou repondo aqui e ali uma palavra na legendária história da nossa terra mãe.


Malgaxe

Um comentário:

  1. Malgaxe,
    Gosto das tuas reminiscências, elas são uma janela para o passado, não só teu, mas da cidade a qual te viu crescer. Parabéns e abraços de um vizinho de Palmeira que também gostar de dar umas pinceladas na vida da cidade natal. Penso em publicar um livro só com episódios sobre Palmeira, já tenho publicado uns vinte ou trinta. Abraços, JAIR.

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