quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Irati - A pérola do sul



Onde andarão as minhas águas,
que passearam silenciosas,
em veredas que não existem mais...
o barreiro do rio bonito,
as mansas águas do rebesco,
nas manhãs de um tempo distante,
ia pescar carás na cachoeira,
que o alcatrão letal extinguiu,
ao nascer no carvão que já era extinção...
De alguma floresta ao redor, que foi nossa...
Que foi de tanta gente, que te ama Irati!
A de estar nas memórias de muitos,
quando virem as grimpas no chão,
quantos pinheirais tinha a nossa terra...
O passado não é um vício,
que muito poucos devem cultivar,
é como um belo café das três,
que desde pequenos aprendemos a gostar.

Os lambaris do bituvão,
abundantes e brilhantes um dia,
resumem-se a mutantes da poluição,
clara, explícita e triste covardia,
não que o progresso não seja necessário,
mas quem poderia nas antigas ave marias,
supor que lá do alto campanário,
nossa matriz pudesse ver um dia,
irem embora tão caras e felizes alegrias?
Quem pensa que tudo isso é tempo perdido,
não ama seu querido chão,
esquece aqui ter nascido,
pois no presente vive esquecido,
e que sol primeiro, teve a sua visão!

Quem um dia não viu o Plaza Hotel,
a caminho da praça em noite de Noel,
O Xerifado em ação, O Sanhaço da vila São João,
O Atlético Iratiense, rival do antigo Azulão,
Quem não foi ao Rio Bonito,
Ver o nosso bugre daqui,
era uma bela equipe aquela,
o orgulhoso e guerreiro Guarani!
Quem não viu o Candinho nas madrugadas,
cantando serenatas para a lua,
são tantas e belas as pegadas,
olhando o tempo e as histórias de cada rua!

Quem nunca foi a um bingo de festa,
da São Miguel ou da Matriz,
na festa dos ucranianos um dia,
na perpétuo socorro, onde era o olaria,
quem não foi ao pé da Santa rezar,
pedindo aos céus carinho e proteção,
quantos sofreram para a ladeira vencer,
não pedindo mais do que pudesse merecer,
mas apenas forças para ter um pedaço de pão.

O passado merece culto e reverência,
e não é dor ou penitência,
um pequeno carinho demonstrar,
ao condenar a degradação da natureza,
ao reconhecer a bela e flagrante beleza,
do belo passado, da tua gente lembrar!
Malgaxe




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