quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Orlando Petchak...




Meu caro amigo não sei por onde anda e em que canto da eternidade está tua presença, além claro, da que percebemos em nós mesmos ao lembrarmos de ti.
O discreto de ti foi revestido de uma imponência natural, era possível respeitá-lo em acordes distintos do violão, do cavaquinho e do bandolim, e da relação que isso tinha com a sua vida, porque uma alma que ama a arte e a fez continuidade de si próprio exala a ternura, e em arrepios de emoção, espalhou em todos a alegria, e vê-lo com a reverencia destinada aos virtuoses entre os humanos foi apenas um carinho retribuído a tudo que você conseguiu passar, e deixar e que temos o dever de legar à posteridade pelo tudo que fostes.
Não, nunca fui um amante especialmente do samba, sou eclético em minhas preferências musicais, mas sou e sempre serei um fã da musica de Orlando Petchak, esta que me fez parar e admirar onde quer que fosse poucas vezes me lembrou o fato de que eu era seu primo, embora no Bar do Maluf, no Bar do Colaço ou no restaurante Sucata, e onde eu o visse, ele fizesse sempre questão de acenar ao ver-me, este carinho eu nunca vou esquecer. O discreto ser humano que foste humilde em seu valor como um mestre das cordas, jamais ofuscou o brilho de um colega, pois sabia a seu tempo recolher-se para deixar sobressair outro valor, que com ele dividia a atenção de quem os visse, especialmente no grupo Sambão, que marcou época em Irati com componentes de extraordinário valor artistico e é com saudade que relembro aqui.
Particularmente a referência que faço de Orlandinho, é de um ser humano que deixou uma grande lacuna, o vazio de sua ausência é comparável a de qualquer amigo, no tocante ao ser humano, mas por ser um primo eu diria que o valor familiar sempre será medido pelos exemplos deixados a seus entes, o que vai pela eternidade, ficará aqui em forma de saudade, algo que não só os acordes de um violão em uma tarde de Irati, mas a sentida ausência, levará às lágrimas a quem quer que o tenha conhecido e admirado.
Pois vê-lo atrás dos grandes óculos dedilhando sua arte sob os olhos admirados de espectadores, já foi um presente de Deus, e ter sido um amigo em sua existência, sempre nos remeterá a um longo e afetivo abraço, e de um emocionado... Até um dia, meu primo onde quer que você esteja.

Edilson de Souza (Malgaxe)

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