
quinta-feira, 26 de março de 2015
Cine Theatro Central
O riso nas horas antigas,
eram inocentes, fáceis de achar,
era clara a face da amiga,
os segredos, amiúde se podia contar!
Os olhares naquelas horas distantes,
que um vento quente de verão levou,
eram a inspiração maior dos amantes,
tempos de poesia que pela estrada ficou!
As flores geradas em outras eras,
que perfumaram outras velhas gerações,
podem ser sementes de outras primaveras,
mas não aquelas que embalaram velhas canções!
Os verões de boca de sino e Cine Central,
As vezes voltam para a saudade suprir,
é como se um breve e silencioso vendaval,
nos convividasse para o passado partir...
Edilson Souza
As pedras da minha rua
As pedras da minha rua,
enfileiram-se como uma coleção de amigos,
porque as contemplando no lugar que estão,
eu vejo a eternidade dos meus momentos,
sem o receio de hoje ou amanhã os perder!
As pedras da minha rua,
são o tapete que eterniza o carinho,
da barulhenta meninada, de dia, a luz da lua,
a minha rua, é saudade do meu ninho!
As pedras da minha rua,
folheiam em minh`alma cada momento,
e aquela saudade minha e sua,
mora na tua rua, aos olhos, ou pensamento!
Edilson Souza
Crônica: Vale do Mel
Estas edificações antigas nos trazem uma nostalgia quase sempre temporal, pois relacionamos estas, quase sempre a lembranças que marcaram certos momentos de nossas vidas, e que o cotidiano, a vida corrida dos dias atuais nos fazem esquecer ou ignorá-las à consideração devida.
Mas é um carinho nativo,
nascido sob o vale do mel, é da nossa gente este querer bem por características
de Irati, sentimos um venturoso calor na alma quando afagamos as
nossas coisas com os olhos ou com o coração...
E cada vez que voltamos o
pensamento, o que nos vem são infindáveis páginas de um livro antigo, em
que fomos ao mesmo tempo idealizadores, personagens e escritores...
Quem sabe esteja exatamente aí a razão de todo o amor, de todo o inesquecível
carinho por nossa Pérola do Sul...
Nos sentimos o sotaque, a alma
polaca, as brumas das manhãs, os vitrais da Matriz, cada
verde paisagem, os azuis do céu, a bênção do anoitecer, e o bom dia
cheirando a broa fresca das manhãs...
Embora as lembranças sejam
temporais, resquícios de toda a vida engrandecem o carinho por Irati, e tomara
o Senhor da eternidade tenhamos longos anos, para podermos exercitar esta paixão
por Irati!
Edilson Souza
Vale das Sombras
Como é triste a vida
morta, em cada manhã...
Desta gente sofrida,
vidas da Rua Camacuã...
Ao sol, poeira e mau odor,
a fé que se tinha, acabou...
Na chuva, lama onde se for,
Cadê o novo que se calou?
Ora! Falta água, eles sofrem demais,
São lixo estes, lixo é o que sois...
do esgoto aberto, odores fecais,
e dos 4 anos, ainda faltam dois!
É desumano o esquecimento,
Olhem estes filhos de Deus...
Como olham a todo momento,
com carinho os filhos seus!
Edilson Souza
Crônica: Destruição
Será que lá atrás, há 40 anos ficou sepultado o último sopro
de vida, no apito das últimas fábricas?
Onde estão teus filhos que sonhavam com um novo ciclo,
fazendo da política a escada que leva ao ápice das realizações dos sonhos de um
povo?
Nas esteiras das grandes indústrias imaginárias, morrem a
cada dia no limiar da existência as utopias de almas cada vez mais jovens,
sedentas de vitórias suas e do lugar que nasceram e aprenderam a amar, mas que
não encontram a continuidade dos sonhos, constatando-os meros devaneios, numa
terra árida e sem iniciativa de caminhar em direção e a um novo ciclo.
É difícil olhar ao redor e ver passarem os anos e esvanecer
sob o nosso olhar resignado e sem resistência as esperanças de uma cidade
guiada sob a luz do desenvolvimento explícito das grandes indústrias, de uma
agricultura competitiva e de um comércio que cause orgulho por servirem
vizinhos de outras plagas...
Parece que o desacreditar que ronda as nossas manhãs esteja
nas obras inacabadas, na administração sem perspectivas e derrotada por sua
própria inércia no que tange a vislumbrar um futuro promissor, na própria
desilusão do povo com o voto de confiança depositado, no fisiologismo por
simpatia, dos governantes com a estagnação e com a falta de compromisso de
desenvolvimento!
Além do futuro incerto, mudam a geografia, não
arquitetônica, necessária a modernização de uma cidade, mas a geografia que se
refere a natureza vegetal, expondo a incompetência até para negociar com
particulares a não derrubada de uma mata, da extinção de um manancial que
futuramente poderia atender toda a cidade com suas águas tratadas
adequadamente... E que a sua manutenção evitaria futuras tragédias!
Ao ver as primeiras araucárias vindo abaixo ao redor do
Arroio dos Pereiras, não precisamos fazer reflexão alguma, posto que para a
destruição permitida so resta o lamento, a repulsa, a desaprovação de toda uma
gente, verdadeira dona desta terra!
Sentiremos saudade, pois vimos esta mata 3 vezes maior, com
araucárias centenárias que filtravam em verde, o azul do céu aos nossos
pequenos olhos...
Que pena Irati, que pena...
Edilson Souza
Crônica: Colégio São Vicente
Terá sido raro o iratiense que nunca pisou em algum tempo de sua vida, no chão que rodeia esta monumental catedral do conhecimento.
Não importa em que fase ele venha aos nossos olhos, posto que a emoção se repete como na primeira vez, e não é só a arquitetura, mas o que emana da sua imagem, o que nos causa este hiato na alma e na voz, demonstrando todo nosso carinho e respeito.
Ah! Se pudéssemos reviver novamente cada dia que passamos, sob seu abraço, é como um carinho de mãe que sentimos mais acentuados seus efeitos quando estamos longe...
Como esquecer as figuras contemporâneas que povoavam nossas manhãs e tardes nos corredores e pátio do São Vicente, era sim, a nossa cachaça, sentíamos falta dele e dos amigos sempre, eram longos e intermináveis os fins de semana quando ele repousava majestoso e em silencio na histórica colina sem a nossa presença, e contávamos os dias
nas férias para reencontrá-lo e aos amigos.
Ao olhar o infinito das lembranças muitas vezes inconscientemente,as brisas das manhãs nos trazem o odor suave de eucalipto, entremeado a algazarra que transformava
tudo num turbilhão nervoso, a saída, entrada e recreio dos turnos.
Por certo poucos lugares enriqueceram mais a personalidade e o caráter dos cidadãos, proporcionando índoles de ótima formação, conhecimento elogiável, e amizades sinceras, como esta instituição que há tanto tempo, há tantas gerações, ensina, educa e forma cidadãos.
Tive a sorte de vê-lo por toda minha vida, cresci nos caminhos que levam a ele, juntei a minha, às vozes que ecoaram em suas altas paredes, e lamentei com o mesmo amor os momentos que ali não pude estar...
As festas Juninas, o Cavalo de Ginástica, a piscina redonda, o carreiro de eucaliptos que cruzavam todo o terreno do Colégio, o barracão de artes industriais, os atalhos com quebra corpo tanto em direção a matriz como para o Alto da Glória, detalhes da geografia do São Vicente que nos vem a mente cada vez que dele lembramos.
Não importa em que fase ele venha aos nossos olhos, posto que a emoção se repete como na primeira vez, e não é só a arquitetura, mas o que emana da sua imagem, o que nos causa este hiato na alma e na voz, demonstrando todo nosso carinho e respeito.
Ah! Se pudéssemos reviver novamente cada dia que passamos, sob seu abraço, é como um carinho de mãe que sentimos mais acentuados seus efeitos quando estamos longe...
Como esquecer as figuras contemporâneas que povoavam nossas manhãs e tardes nos corredores e pátio do São Vicente, era sim, a nossa cachaça, sentíamos falta dele e dos amigos sempre, eram longos e intermináveis os fins de semana quando ele repousava majestoso e em silencio na histórica colina sem a nossa presença, e contávamos os dias
nas férias para reencontrá-lo e aos amigos.
Ao olhar o infinito das lembranças muitas vezes inconscientemente,as brisas das manhãs nos trazem o odor suave de eucalipto, entremeado a algazarra que transformava
tudo num turbilhão nervoso, a saída, entrada e recreio dos turnos.
Por certo poucos lugares enriqueceram mais a personalidade e o caráter dos cidadãos, proporcionando índoles de ótima formação, conhecimento elogiável, e amizades sinceras, como esta instituição que há tanto tempo, há tantas gerações, ensina, educa e forma cidadãos.
Tive a sorte de vê-lo por toda minha vida, cresci nos caminhos que levam a ele, juntei a minha, às vozes que ecoaram em suas altas paredes, e lamentei com o mesmo amor os momentos que ali não pude estar...
As festas Juninas, o Cavalo de Ginástica, a piscina redonda, o carreiro de eucaliptos que cruzavam todo o terreno do Colégio, o barracão de artes industriais, os atalhos com quebra corpo tanto em direção a matriz como para o Alto da Glória, detalhes da geografia do São Vicente que nos vem a mente cada vez que dele lembramos.
Edilson Souza
São Vicente...
Um dia meus olhos meninos,
pousei naquela antiga aquarela...
compondo, emoldurando a paisagem,
...Daria poesia aquela imagem,
pois eram inesquecíveis os traços dela...
Queria muito te ver,
ali, onde te olhei um dia...
Envelheceu sim, como meu olhar,
é o pesar, de viver e morrer assim,
alma e essência de toda a poesia...!
Nos despedimos mais uma vez,
por algumas manhãs, quem dirá...?
...Era teu abraço na juventude,
um sonho bom que a alma ilude,
passou, e o tempo não retornará...!
Queria em silencio te ver,
as coisas antigas em volta de ti...
Tudo que a saudade cobre como um véu,
teus verdes eucaliptos beijando o céu,
tua colina inesquecível em Irati...!
Edilson Souza
Santa Fé
Destas que se vê de Irati,
esta parece ser o fim...
Fazem chacota do povo,
e no lugar do novo,
mostram sua cara assim!
Vejam este exemplo,
a administração má...
O povo espera e espera,
e daquilo que era,
depois de tempo assim está!
Expliquem-me autoridades,
destas indagações que traço...
Dizem que fazem etc. e tal,
e neste circo sem açúcar nem sal,
fazem do povo triste, palhaço!
Senhores, diz um ditado,
que vem nesta manhã a mim...
diz que nem todo o bem é eterno,
e que o mal que suporta todo inverno,
em qualquer canto da terra, terá fim!
Edilson Souza
Salve os índios...!
Salve o dia dos índios,
aos de longe, a aos daqui,
aos que gostam de fazer ao vivo,
como os índios de Irati!
Tem algumas vergonhas alheias,
que a gente fica com gastura...
Afinal quem vai dar a sentença,
se os índios tem a toda a licença,
de habitar o teatro, pela prefeitura?
É seu dia, vamos festejar a data,
mas e o frio debaixo do concreto...
Tem-se que deixar de bravatas,
se esperar pelos burocratas,
jamais os silvícolas vão ter um teto!
Mas vamos levando os dias pascais,
levando assim, do jeito que dá...
Uns aqui mesmo nas hostes locais,
outros quem sabe no gelado Canadá!
Edilson Souza
Rua Camacuã
Irati já teve histórias tristes,
e esta ainda existe, perto do antigo Bataclã...
Conta-me um amigo da terra,
que ali sob as bênçãos da serra,
existe a longa Rua Camacuã!
Ninguém sabe o dia, nem hora,
que alguém pensou deitado em seu Divã...
___Está me dando prejuízo esta cidade,
e num ímpeto de grande necessidade,
criou por pura maldade, a Rua Camacuá !
Levantou Dalí onde estava,
saboreando uma Banana-maçã...
Olhou o céu azul iratiense,
pensou no povo Camacuense,
em pedra, asfalto e até em Tobogã!
___Vou fazer algo lucrativo,
nada de enfeite, arvores ou flores Chã...
Algo que exija muito reparo,
que aos cofres custe caro,
e pra mim seja como uma Festa pagã!
Então pôs em prática sua manobra,
e sibilou como cobra, em seu Butantã...
Vou fazendo e o povo comendo,
e a cada ano eu faço um remendo,
e assim vou vivendo, da Rua Camacuã...
Edilson Souza
Resposta à Maria Helena Kuzycz Assunção
Maria Helena Kuzycz Assunção, teu pensamento muito apropriado
para o momento que se vive em Irati, é próprio do desgosto da luta inglória,
mas não daquela luta política desgastante de quem tem o dom para aquilo e sim,
da perseverança perdida pelo cidadão comum por falta de ajuda das autoridades
para manter o que nos era caro. Isto dói, não só a você minha amiga, mas a todo
aquele que ama Irati. E neste contexto lamentamos a extinção da nossa própria
história, simbolizada na arquitetura degradada de prédios, meio ambiente, de
ruas e calçadas judiadas pelo abandono, e como dizes, no esfriamento consciente
das relações humanas, famosas em toda parte que se vai. Quem nunca ouviu nos
rincões de todo estado do Paraná, sobre o caloroso cumprimento, da gente de Irati,
que nem sequer te conhecendo, te acena a mão onde quer que te vejam, neste
carinho polaco, ucraniano, e nesta miscigenação que tornou física a afeição
gratuita pelo seu semelhante? Quisera Deus pudéssemos admirar o atual como a
redenção de nossa terra, mas não, compõem de tristeza nossa visão, definha na
desesperança nossos dias diante de tanto descaso, desviamos, de calçadas mal
cuidadas, poças d`água, o click de nossas retinas, já não memorizam mais as
antigas belezas e sim o pigmento surrado e mal cuidado das coisas esquecidas,
como nos jazigos do abandonados. Estamos tristes, mas isto não pode ser
paradoxo no nosso amor, esta é uma dúvida que jamais poderemos ter, hão de
passar tais momentos, hão de outras manhãs surgirem no futuro dos nossos filhos,
iluminando novos dias, não percamos a fé minha amiga, pois só para a morte não
há resgate, Irati é de todos nós, e sempre será! As únicas neblinas que devem
turvar nossos dias são as das manhãs maravilhosas da nossa Pérola do Sul!
Edilson Souza
Crônica: Parque Aquático
Se em tempos idos alguém
olhasse o velho Olaria, rodeado de barreiros, numa imagem desconfortável aos
olhos, devido ao excesso de mato, barro e aparente abandono, não poderia
supor que ali fosse erigido um orgulho de Irati, mas foi, não vamos aqui
creditar méritos, pois foi uma obra em conjunto, povo/governo, que enchia os
olhos, e satisfazia a alma orgulhosa de ser iratiense, pois vinham dos
rincões mais distantes visitantes e referiam-se ao "nosso parque" com
entusiasmo e com reverencia ao nosso povo, por ter
proporcionado a si mesmo algo
digno de tornar-se marco e maravilha para a cidade e permaneceria ali
por todas as gerações...
12 de Dezembro de 1988, esta é
a data de nascimento do parque aquático, então são 26 anos, e não
precisamos avaliar a quantos ele está doente, suas feições hoje são de
alguém que já foi bonito, altivo, exalou alegria, cativou simpatia, pois todos
se sentiam bem indo as margens do lago, usufruir do lazer ao alcance de todos e,
ambiente limpo, agradável aos olhos e prazeroso ao coração...
As crianças adoravam os bichos
na ilha, ficávamos pequenos também, porque era irresistível, os
pedalinhos, aquele trenzinho, cujos 870 metros de trilhos eram bem mais que uma
viagem divertida, mas compunha um todo que fazia
o nosso ego orgulhoso, em
silencio sorrir diante do corpo desestressado e a alma leve... Afinal era
nosso aquele sonho de lugar!
Onde estão aqueles dias? Cadê
o brilho dos brinquedos do parquinho?
É triste a inércia dos
pedalinhos, e a prisão involuntária do trenzinho, que cumpre pena por ter feito
tanta gente sorrir.
Sinceramente olhando a imagem
do velho Olaria, e a do Parque nas atuais condições, a poesia das velhas
instalações sobrepõem em beleza, o desleixo a que foi submetido o nosso parque.
Há pouco tempo passei ao lado
do parque, e me detive por uns 20 minutos, divagando sobre o que é a vida
sem cuidados? Sobre o que acontece quando abandonamos um sonho
após a sua conquista...
O parque pulsava vida, era um
sonho, que não teve cuidados e sucumbe ao abandono juntamente com
quem precisava dele, a população, que soma a este, muitos reveses, inigualáveis e
que nenhuma geração da Perola do Sul, viveu...
Estamos tristes, mas é
necessário buscar na antiga glória do parque, a essência que o fez tão
bonito aos nossos olhos, e não será o abandono por parte de quem o devia
cuidar, que nos fará esquecer que este patrimônio é da gente de Irati!
Edílson Souza
Professor Mima
Como esquecer a tua figura,
as profecias do teu olhar...?
Como era fácil te seguir,
sem o receio de cair,
pelos passos de teu caminhar...
Tem os teus traços,
estes vitrais deste viver...
São as pedras das minhas ruas,
as tantas imagens suas,
plantadas sobre meu ser...
More tua lembrança na história,
como amigo e querido professor...
E depois quando lembrarem de ti,
mesclarão teu nome ao de Irati,
pois resumem a todos o que é amor...
São tuas palavras,
o sol e a chuva sobre mim...
É a voz que ecoa ainda,
em cada fase que finda,
certo, como o princípio e o fim...
Edilson Souza
Petit Pavê
A antiga rua...
Coisas que a gente vê...
Minha e sua,
maquiada de petit pavê...
Pobre Matriz,
que se vê em pedacinhos...
E como se era feliz,
sem petit pavê...
E esses matinhos?
Era belo o tempo antigo,
livro que hoje não se lê...
Se vê enfeites que "desenfeitam",
em descuidado petit pavê...
Eram noites estreladas,
iluminando toda alma que crê...
Ia-se por pedras entrelaçadas,
hoje sepultadas sob o petit pavê...!
Edilson Souza
Alacs
Era um dia frio.
de uma tarde quase morta...
Ali na minha sala de estar,
despertou-me o celular,
como alguém que me bate a porta...!
Me chamou pelo nome,
num tom leve e cordial...
Não atinei de quem seria,
a voz que em breve me diria,
desculpe o demorado sinal...
Era a mui digna presidente,
que ligava ao final do dia...
Em Agosto passado ela promoveu,
o secreto voto que elegeu,
novos membros pra academia...
E esta cara presidente,
depois do rápido exposto,
convidou-me solenemente,
para que em terras iratienses,
viesse no mês de Agosto...
Serão empossados os eleitos,
os indicados estarão ali...
E talvez a minha poesia singela,
é menos que o livro e a aquarela,
que melhor representam Irati...
Eu fui um dos preteridos,
excluídos do rol na ocasião...
Sobre o convite que me fez,
vou esperar oxalá a minha vez,
para estar nesta instituição...
Edilson Souza
Crônica: Realidade
Não
é a antiguidade das pedras dos passeios que enfeiam nossa cidade, pois já foram
bandeira defendida por muitos que pensam exatamente serem elas um dos últimos
motivos de valorização histórica de Irati.
Neste
tempo não se trata apenas de preservação, porque esta visão perde espaço para a
modernidade, já ultrapassamos infelizmente o corriqueiro de usar vassouras nas
ruas e palavras ponderadas na boca para nos expressarmos a respeito da Pérola
do Sul, devemos usar hoje picaretas e verbo ácido para tentarmos salvar o que
resta das vias deste canto do mundo que amamos!
É
triste a constatação que nos aflige, e mais contundente ainda é a falta de
perspectiva para o amanhã, a coisa é séria e talvez passe despercebida ao
iratiense morador local, pois a extensão desta “vergonha” atinge não só a nós
em relação ao não iratiense que vem nos visitar, mas a nós mesmos e trocamos o
sentimento de impotência mutuamente, pasmos e boquiabertos a nos perguntarmos:
O que fizeram com nossa cidade?
Ninguém
quer mais a história preservada na arquitetura, e nem o que resta dela, há algo
hoje mais importante e urgente nas entrelinhas de Irati que é a necessária
assepsia do que é novo e antigo, o abandono impõem regras bem mais severas que
um matagal, o limbo causado pela água escorrendo em via pública, ou a calçada
quebrada, ele exige a inércia, o desapego do amor por nossa cidade, algo tão
triste que nenhum iratiense que gosta daqui, tem o direito de adotar para si, é
uma traição aos nossos antepassados que plantaram com carinho os caminhos por
onde andamos e que nossos filhos vão trilhar.
Envergonhemo-nos juntos, sem nunca esquecermos que numa democracia nos representam aqueles que
colocamos e retiramos do poder, conforme a nossa vontade e circunstância!
Edilson Souza
Mulheres de Irati
Ah! Estas mulheres guerreiras e suas existências
maravilhosas, que encantam a nossa vida, que são flores sendo eternas, rainhas
de humilde majestade, anjos protetores que Deus, numa rara inspiração criou nos
jardins do paraíso com a nobre missão de ser a luz que nos acompanha em todas
as horas que nos reserva a vida...
Quantas vezes as lembramos nas horas difíceis e em quantas
nos carregaram no colo tal qual o próprio Cristo nos conduziu nas palavras de
"Pegadas na Areia", a quantas nos foi ofertada a oportunidade de lhes
dizer "Obrigado" e somente quando foram sentidos os benefícios de sua
presença, depois, é que lembramos aquela que cruzou nosso caminho...
Ah! Elas estão aqui, sobre o nosso olhar, qual aves que com
profunda dedicação e carinho protegem com garras majestosas o seu ninhal,
muitas vezes se opondo às tempestades que assolam nosso céu com a divina missão
de nos dar guarida...
___ Eu estou aqui!
Quantas vezes esta expressão foi dita quando o calor da
batalha assolava as almas, e a delicadeza da mulher pôs termo à dor e ao desespero...
Em quantas eras ecoaram estas palavras, e das páginas
douradas do ensino e da educação se ouviu um "presente" do inabalável
"acreditar" das valorosas mulheres?
Esta com certeza antes de ser uma missão dada por Deus é uma
vocação, a balança da concórdia, o arbítrio carregado de poesia e perfume, a
beleza encantadora que vai do riso às lágrimas sem se destituir da ternura que
inspira nestes labirintos da existência, a fé na vida!
Salve as mulheres de nossa terra!
Nas figuras de Olga Zeni, Poetisa, de Dona Piarina Nadal,
parteira de muitos de nós, Maria Aparecida Chuchene Baptista, professora, e mulher do
teatro, um ícone que deve ser lembrada sempre em nossos elogios e nossas
orações, Dona Noca, que espalhou as primeiras estrelas no céu do saber dos iratienses,
iluminando a vida dos nossos antepassados,
a professora e poetisa Alzira Dembiski, mulher que tinha uma alma
generosa e na humildade de um ser humano fantástico, aprendeu e ensinou sendo
uma expoente na alma de todos nós, e da sempre lembrada expedicionária
voluntária Virgínia Leite, enfermeira nos campos de batalha da 2ª Guerra
Mundial.
Profundos agradecimentos a todas as mulheres daqui e da
eternidade, no seu dia!
Edilson Souza
Matriz de Nossa Senhora da Luz
Que as rosas brindem tua vida,
pequeninas, perfumadas,
como fragmentos antigos
nas partidas, nas chegadas...
Voltar em voz infantil,
em olhares adolescentes,
aos sinos de outros tempos,
na busca de sinais,
que um verão deixou,
na vida que não volta mais...
Nos caminhos da Senhora da Luz,
guardo em lendas o amor,
o que sonhei talvez...
o perfume da flor
nos contornos da ladeira,
a aventura primeira,
do inesquecível primeiro amor...
Tem um pouquinho de cada um,
nesta beleza que não idade.
São pedaços de nossas vidas,
em suas paredes esculpidas,
viajando pela eternidade...
Edilson Souza
Irati...
Pelas frestas da lembrança vão
desfilando diante da retina,
os caminhos, as cores se sobrepondo,
as ruas, os rostos, a saudade,
a geografia única e inesquecível
de Irati...!
Não é a viagem física que afasta
o olhar,e jamais a alma, mas
o olhar que silencia, como se
as lembranças fossem as
comoventes páginas de um livro
que vão do sorriso às lágrimas,
da vontade inconsolável de
voltar no tempo, a realidade
de ver que o que se deseja,
mora apenas e tão somente
nos recantos inatingíveis da alma!
E o amor é o mesmo, e tal
como as coisas de Irati,
é diferente, é característico,
é único entre os corações
apaixonados por seu recanto natal!
desfilando diante da retina,
os caminhos, as cores se sobrepondo,
as ruas, os rostos, a saudade,
a geografia única e inesquecível
de Irati...!
Não é a viagem física que afasta
o olhar,e jamais a alma, mas
o olhar que silencia, como se
as lembranças fossem as
comoventes páginas de um livro
que vão do sorriso às lágrimas,
da vontade inconsolável de
voltar no tempo, a realidade
de ver que o que se deseja,
mora apenas e tão somente
nos recantos inatingíveis da alma!
E o amor é o mesmo, e tal
como as coisas de Irati,
é diferente, é característico,
é único entre os corações
apaixonados por seu recanto natal!
Edilson Souza
quarta-feira, 25 de março de 2015
Crônica: Futebol de Irati
Há muito tempo o mestre Orreda, já detalhou o futebol
de Irati, e esta paixão, sempre foi material farto para os contadores de
histórias que informalmente os repassavam a outras pessoas, e também, de
maneira formal outros grafaram os fatos para que a posteridade, fizesse esta justa
homenagem aos que trouxeram até os nossos dias belas passagens do futebol de
Irati.
Como já disse uma vez, não sou historiador, e o meu
conhecimento sobre Irati, limita-se ao que trago na memória, se compartilhados
com outros estes fatos, e puderem ser enriquecidos por seus conhecimentos e
passagens, já estarei satisfeito e feliz.
Assim sendo, hoje me despertou a vontade de relembrar o
futebol de Irati, não tal qual o fizeram os mestres das letras de Irati, mas da
maneira em que se trocam informações e lembranças, eu nos textos e os amigos
nos comentários.
Nestas impressões não citarei nomes de jogadores,
apenas dos "campos de futebol", mas é claro que se alguém quiser
citar apreciaremos com prazer.
Contaram-me os antigos fundadores do Bairro Alto da
Glória, que ali existiu entre as ruas Alexandre Pavelski e André Filipaki, um
campo de futebol, beirando a Rua João Batista Anciutti, e é assim que nortearei
por vezes a minha descrição, já que não fui testemunha da existência de todas
as praças de esporte de Irati.
Desta maneira, conheci o campo do Falcão em
Nhapindazal, o Campo do ISAL, indústria Santos Aleixo, na Rua Coronel Sabóia
beirando o Rio das Antas, um belo campo, rodeado de árvores, que teve seu auge
na década de 60 com o amadorismo.
O antigo Campo do Gomes, plantado quase entre a
floresta, tinha ao lado uma cancha de
bocha onde a velha guarda iratiense saboreava horas de
lazer em meio as araucárias
centenárias e o verde maravilhoso, quantos torneio
protagonizou esta bela praça de
esportes, e durante anos era um dos campos mais usados
pelas equipes varzeanas de Irati.
O Campo do São Vicente, acompanhei desde a feitura das
valetas para drenagem, colocação
de grama, até o seu uso efetivo, na década de 70 em
diante.
O campo do Olaria no Rio Bonito, ao lado do Olaria Santa
Terezinha, que servia também
ao Bugre local, o Guarani do Rio Bonito em memoráveis
partidas pelo amador de Irati.
O Campo do Guarani do Riozinho, e outro que funcionou
perto da Igreja cuja equipe era o
Santo Antonio que também teve vida efêmera no cenário
varzeano de Irati.
O belíssimo campo do Seminário Santa Maria, cujos
garotos tinham uma considerável valor
futebolístico, fruto por certo da disciplina religiosa.
O campo do Glorioso Juventus de Engenheiro Gutierrez,
equipe exemplo de brio no amadorismo iratiense.
O campo da Equipe da Lagoa belíssimo campo, utilíssimo
enquanto existiu.
Campo do Paião ou Palhão era um campo beirando a
Vicente Machado, na verdade a poucos metros desta via, memorável na lembrança
dos futebolistas de Irati, cuja característica é que era feito de serragem e
cepilho.
Há que se destacar também que no grande terreno baldio
ao lado da Rua Carlos Thoms, existiu, segundo historiadores o primeiro campo
para a pratica de futebol de Irati.
Outro campo que deixou saudade foi o do Pérola da
Serra, na serra dos Nogueiras.
Campo do Azulão da vila, o glorioso Sanhaço do lutador
Ludovico Stefaniak, grande desportista de todas as horas do futebol Varzeano de
Irati. O Sanhaço já teve seu campo em frente a igreja, para depois mudar-se para o local onde
se encontra.
O campo do Clube Atlético Iratiense, do Amadeu
Ferreira, o gordo, que também ficava na
Vila São João, a uns 300 metros da antiga
carvorite, se virava a direita, mais uns 150 metros.
Ali assisti CAI x Reboucense, grandes jogos naquele
campo.
Finalmente o Campo do Irati e do CAUO, duas equipes
grandes que chegaram a nos
representar no profissionalismo e que por hora estão
afastadas.
Pelo interior temos incontáveis campos de futebol, assim
como são incontáveis nossos craques, e as equipes que fizeram a história do
futebol de Irati, e que bom se fosse possível, detalhar a época contemporânea
do nosso futebol como fez o mestre Orreda com o futebol ocorrido em um passado
distante...
Infelizmente esta perspectiva me parece distante da
realidade, não só o material físico,
é escasso, ou sob custódia de difícil acesso, mas o
principal, material humano, as testemunhas daquela era, não os encontraríamos
em qualquer esquina, como os encontrávamos antigamente.
Nesta roda vida em que nos encontramos desde o nosso
nascimento é própria da vida esta dinâmica no que diz respeito às mudanças, já
nos anos 70 isso era assim, pois todo dia se ocupava terrenos baldios para
colocar duas traves e inaugurava-se sem pompa e nem alarde um campinho de
futebol, e com esta mesma agilidade dinâmica, num certo dia ele desaparecia,
para mais tarde em algum sábado à tardinha aparecer em outro lugar...
Hoje os tempos são outros, não existem mais Xerifado,
CPA, Servacol, nem Isal, nem Falcão, nem a alegria que povoava nossos domingos
à tarde...
Edilson Souza
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