segunda-feira, 23 de março de 2015

Quanta Saudade... (14)



É arabesco que emite a voz do tempo, a saudade, que contornam as palavras, que habitam o antigo por onde um dia indelével pousou nosso olhar...
Nos porões e sótãos da existência residem sorridentes ou sem viço os dias passados,em cada canto, como nas lendas, há sempre algo para compor o início e o meio, mas os mistérios da vida ocultam sempre o fim...
Ela é infinita, posto que, o que ela revela à nossa lembrança, nunca iniciou em algum ponto percorrido do caminho, não cessou ontem, nem amanhã terá fim...
Sentimos na saudade a dor de nunca mais retornar, exatamente como há muitos anos no futuro, semelhantes a nós, sentados em alguma tarde, sentirão um desejo infrutífero de voltar...
A saudade é um vaso antigo, que envolve um bonsai, com seus ramos tortuosos, com o limo lhe beijando os pés, com as eras incorporadas nas razões de seu viver, como a alma, que vive, envolve a lembrança de quem já se foi, sem nunca deixar este, de viver em nosso coração...
Bendita a saudade, bendita esta viagem molhada de lágrimas, ou árida das interrogações de porque cabe a tão pequeno ser, nós, a missão de tê-la por companheira na solidão dos dias, no desejo sincero de trazer tudo que ela representa diante do nosso olhar...?
...Um divino mistério, chamado saudade...!

Edilson Souza

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