A 7 de Setembro
Nestas voltas pela Irati antiga, reencontrar o passado as
vezes, é fruto apenas do ato de olhar para os lados, para o horizonte, e para
este chão de pedras das ruas, como das Ruas 7 de Setembro e Rua dos Operários,
testemunhas do alvorecer da Pérola do Sul.
São irmãs na bela nostalgia do tempo antigo, e também no
infortúnio das águas, que muitas vezes sufocou seus gritos sob o céu cinzento
das tempestades, e os tempos de alegria que as mostrou belas e histórica sob o
céu azul, aos pés da Nossa Senhora das Graças de Irati. Quem as viu um dia, as
vê hoje desbotadas e sem vida...
Eram tempos de muita agitação os 60/70 do século passado, na
7 de Setembro quando existia a Sociedade Comercial Cerealista Brasileira, na
esquina com a XV de Novembro, ponto
comercial de varejo, no estilo antigo dos Armazéns, com movimento que equivale
hoje a um supermercado.
Durante toda a semana, a Agrícola e Comercial Apiaba e a
Irmãos Hessel, faziam um movimento muito grande no comercio de cereais, e a
quantidade de trabalhadores recrutados para a escolha de feijão e de batata,
era imenso, que aos sábados, dia de pagamento, formava uma multidão na velha
Rua 7, em filas, burburinhos, e principalmente, sorrisos, pois trocava-se as
fichas recebidas durante a semana por dinheiro vivo, logo levado ao comercio de
Irati, pois as vezes famílias inteiras trabalhavam nestas empresas.
Ali ao lado, existia um bar, Do Iujo? Se alguém souber
precisamente...
Depois a Radio Difusora Cultural iratiense, ali funcionou
muitos aos, e eram realizados festivais de musica, programas de auditório,
distribuídos brindes, e alegria nas manhãs de domingo, grandes músicos de Irati de hoje, lembram
daquele palco, onde o café Irati era fartamente distribuído, e segundo alguns, ingressos do
cinema também.
Depois a Oficina irmãos Korevar, marco do início da curta,
mas maravilhosa e histórica 7 de Setembro.
Rua dos Operários
Da Rua dos Operários, tenho em minha memória um bar
famoso(?) e em frente, o Bar e Armazém Santo Antonio, antepassado do GCenter,
ali perto também era um local onde se instalavam os circos e parques em Irati,
e mais adiante, talvez um ícone da história de Irati, o Hotel da Senhorinha,
uma enorme construção com um andar, desmanchado nos idos das décadas de 60/70.
Destaque-se também o Hotel Astória, um dos primeiros
de Irati e a Farmácia Apolo, que estão na XV de Julho, mas
que não foram citados anteriormente.
A lembrança maior é ter pisado nestas ruas sem ter a
dimensão da sua importância nas páginas de nossas vidas, e disse um amigo
comentando um destes textos: "Eu não consigo explicar para outras pessoas,
o que era viver em Irati naqueles tempos", eu também não!
Talvez fosse a ausência da malícia deste mundo super
dinâmico, as notícias chegavam de boca em boca, novidades nos calçados e
vestuários, eram escassos, e tudo isso que vemos, estas mudanças, seguramente
não tem mais que 30 anos.
Mas dizendo ainda algo sobre os tempos passados em que
vivíamos ainda garotos por Irati, posso dizer que este inesquecível apego as
coisas de nossa terra natal, é próprio de todos indistintamente, e carinho se
vê nos olhos, na indignação pelos maus tratos à nossa cidade, na veemência
espontânea para falar do amor por Irati.
Edilson Souza
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