Há muito tempo o mestre Orreda, já detalhou o futebol
de Irati, e esta paixão, sempre foi material farto para os contadores de
histórias que informalmente os repassavam a outras pessoas, e também, de
maneira formal outros grafaram os fatos para que a posteridade, fizesse esta justa
homenagem aos que trouxeram até os nossos dias belas passagens do futebol de
Irati.
Como já disse uma vez, não sou historiador, e o meu
conhecimento sobre Irati, limita-se ao que trago na memória, se compartilhados
com outros estes fatos, e puderem ser enriquecidos por seus conhecimentos e
passagens, já estarei satisfeito e feliz.
Assim sendo, hoje me despertou a vontade de relembrar o
futebol de Irati, não tal qual o fizeram os mestres das letras de Irati, mas da
maneira em que se trocam informações e lembranças, eu nos textos e os amigos
nos comentários.
Nestas impressões não citarei nomes de jogadores,
apenas dos "campos de futebol", mas é claro que se alguém quiser
citar apreciaremos com prazer.
Contaram-me os antigos fundadores do Bairro Alto da
Glória, que ali existiu entre as ruas Alexandre Pavelski e André Filipaki, um
campo de futebol, beirando a Rua João Batista Anciutti, e é assim que nortearei
por vezes a minha descrição, já que não fui testemunha da existência de todas
as praças de esporte de Irati.
Desta maneira, conheci o campo do Falcão em
Nhapindazal, o Campo do ISAL, indústria Santos Aleixo, na Rua Coronel Sabóia
beirando o Rio das Antas, um belo campo, rodeado de árvores, que teve seu auge
na década de 60 com o amadorismo.
O antigo Campo do Gomes, plantado quase entre a
floresta, tinha ao lado uma cancha de
bocha onde a velha guarda iratiense saboreava horas de
lazer em meio as araucárias
centenárias e o verde maravilhoso, quantos torneio
protagonizou esta bela praça de
esportes, e durante anos era um dos campos mais usados
pelas equipes varzeanas de Irati.
O Campo do São Vicente, acompanhei desde a feitura das
valetas para drenagem, colocação
de grama, até o seu uso efetivo, na década de 70 em
diante.
O campo do Olaria no Rio Bonito, ao lado do Olaria Santa
Terezinha, que servia também
ao Bugre local, o Guarani do Rio Bonito em memoráveis
partidas pelo amador de Irati.
O Campo do Guarani do Riozinho, e outro que funcionou
perto da Igreja cuja equipe era o
Santo Antonio que também teve vida efêmera no cenário
varzeano de Irati.
O belíssimo campo do Seminário Santa Maria, cujos
garotos tinham uma considerável valor
futebolístico, fruto por certo da disciplina religiosa.
O campo do Glorioso Juventus de Engenheiro Gutierrez,
equipe exemplo de brio no amadorismo iratiense.
O campo da Equipe da Lagoa belíssimo campo, utilíssimo
enquanto existiu.
Campo do Paião ou Palhão era um campo beirando a
Vicente Machado, na verdade a poucos metros desta via, memorável na lembrança
dos futebolistas de Irati, cuja característica é que era feito de serragem e
cepilho.
Há que se destacar também que no grande terreno baldio
ao lado da Rua Carlos Thoms, existiu, segundo historiadores o primeiro campo
para a pratica de futebol de Irati.
Outro campo que deixou saudade foi o do Pérola da
Serra, na serra dos Nogueiras.
Campo do Azulão da vila, o glorioso Sanhaço do lutador
Ludovico Stefaniak, grande desportista de todas as horas do futebol Varzeano de
Irati. O Sanhaço já teve seu campo em frente a igreja, para depois mudar-se para o local onde
se encontra.
O campo do Clube Atlético Iratiense, do Amadeu
Ferreira, o gordo, que também ficava na
Vila São João, a uns 300 metros da antiga
carvorite, se virava a direita, mais uns 150 metros.
Ali assisti CAI x Reboucense, grandes jogos naquele
campo.
Finalmente o Campo do Irati e do CAUO, duas equipes
grandes que chegaram a nos
representar no profissionalismo e que por hora estão
afastadas.
Pelo interior temos incontáveis campos de futebol, assim
como são incontáveis nossos craques, e as equipes que fizeram a história do
futebol de Irati, e que bom se fosse possível, detalhar a época contemporânea
do nosso futebol como fez o mestre Orreda com o futebol ocorrido em um passado
distante...
Infelizmente esta perspectiva me parece distante da
realidade, não só o material físico,
é escasso, ou sob custódia de difícil acesso, mas o
principal, material humano, as testemunhas daquela era, não os encontraríamos
em qualquer esquina, como os encontrávamos antigamente.
Nesta roda vida em que nos encontramos desde o nosso
nascimento é própria da vida esta dinâmica no que diz respeito às mudanças, já
nos anos 70 isso era assim, pois todo dia se ocupava terrenos baldios para
colocar duas traves e inaugurava-se sem pompa e nem alarde um campinho de
futebol, e com esta mesma agilidade dinâmica, num certo dia ele desaparecia,
para mais tarde em algum sábado à tardinha aparecer em outro lugar...
Hoje os tempos são outros, não existem mais Xerifado,
CPA, Servacol, nem Isal, nem Falcão, nem a alegria que povoava nossos domingos
à tarde...
Edilson Souza
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