quarta-feira, 25 de março de 2015

Crônica: Futebol de Irati








Há muito tempo o mestre Orreda, já detalhou o futebol de Irati, e esta paixão, sempre foi material farto para os contadores de histórias que informalmente os repassavam a outras pessoas, e também, de maneira formal outros grafaram os fatos para que a posteridade, fizesse esta justa homenagem aos que trouxeram até os nossos dias belas passagens do futebol de Irati.
Como já disse uma vez, não sou historiador, e o meu conhecimento sobre Irati, limita-se ao que trago na memória, se compartilhados com outros estes fatos, e puderem ser enriquecidos por seus conhecimentos e passagens, já estarei satisfeito e feliz.
Assim sendo, hoje me despertou a vontade de relembrar o futebol de Irati, não tal qual o fizeram os mestres das letras de Irati, mas da maneira em que se trocam informações e lembranças, eu nos textos e os amigos nos comentários.
Nestas impressões não citarei nomes de jogadores, apenas dos "campos de futebol", mas é claro que se alguém quiser citar apreciaremos com prazer.
Contaram-me os antigos fundadores do Bairro Alto da Glória, que ali existiu entre as ruas Alexandre Pavelski e André Filipaki, um campo de futebol, beirando a Rua João Batista Anciutti, e é assim que nortearei por vezes a minha descrição, já que não fui testemunha da existência de todas as praças de esporte de Irati.
Desta maneira, conheci o campo do Falcão em Nhapindazal, o Campo do ISAL, indústria Santos Aleixo, na Rua Coronel Sabóia beirando o Rio das Antas, um belo campo, rodeado de árvores, que teve seu auge na década de 60 com o amadorismo.
O antigo Campo do Gomes, plantado quase entre a floresta, tinha ao lado uma cancha de
bocha onde a velha guarda iratiense saboreava horas de lazer em meio as araucárias
centenárias e o verde maravilhoso, quantos torneio protagonizou esta bela praça de
esportes, e durante anos era um dos campos mais usados pelas equipes varzeanas de Irati.
O Campo do São Vicente, acompanhei desde a feitura das valetas para drenagem, colocação
de grama, até o seu uso efetivo, na década de 70 em diante.
O campo do Olaria no Rio Bonito, ao lado do Olaria Santa Terezinha, que servia também
ao Bugre local, o Guarani do Rio Bonito em memoráveis partidas pelo amador de Irati.
O Campo do Guarani do Riozinho, e outro que funcionou perto da Igreja cuja equipe era o
Santo Antonio que também teve vida efêmera no cenário varzeano de Irati.
O belíssimo campo do Seminário Santa Maria, cujos garotos tinham uma considerável valor
futebolístico, fruto por certo da disciplina religiosa.
O campo do Glorioso Juventus de Engenheiro Gutierrez, equipe exemplo de brio no amadorismo iratiense.
O campo da Equipe da Lagoa belíssimo campo, utilíssimo enquanto existiu.
Campo do Paião ou Palhão era um campo beirando a Vicente Machado, na verdade a poucos metros desta via, memorável na lembrança dos futebolistas de Irati, cuja característica é que era feito de serragem e cepilho.
Há que se destacar também que no grande terreno baldio ao lado da Rua Carlos Thoms, existiu, segundo historiadores o primeiro campo para a pratica de futebol de Irati.
Outro campo que deixou saudade foi o do Pérola da Serra, na serra dos Nogueiras.
Campo do Azulão da vila, o glorioso Sanhaço do lutador Ludovico Stefaniak, grande desportista de todas as horas do futebol Varzeano de Irati. O Sanhaço já teve seu campo em frente a igreja, para depois mudar-se para o local onde se encontra.
O campo do Clube Atlético Iratiense, do Amadeu Ferreira, o gordo, que também ficava na
Vila São João, a uns 300 metros da antiga carvorite, se virava a direita, mais uns 150 metros.
Ali assisti CAI x Reboucense, grandes jogos naquele campo.
Finalmente o Campo do Irati e do CAUO, duas equipes grandes que chegaram a nos
representar no profissionalismo e que por hora estão afastadas.
Pelo interior temos incontáveis campos de futebol, assim como são incontáveis nossos craques, e as equipes que fizeram a história do futebol de Irati, e que bom se fosse possível, detalhar a época contemporânea do nosso futebol como fez o mestre Orreda com o futebol ocorrido em um passado distante...
Infelizmente esta perspectiva me parece distante da realidade, não só o material físico,
é escasso, ou sob custódia de difícil acesso, mas o principal, material humano, as testemunhas daquela era, não os encontraríamos em qualquer esquina, como os encontrávamos antigamente.
Nesta roda vida em que nos encontramos desde o nosso nascimento é própria da vida esta dinâmica no que diz respeito às mudanças, já nos anos 70 isso era assim, pois todo dia se ocupava terrenos baldios para colocar duas traves e inaugurava-se sem pompa e nem alarde um campinho de futebol, e com esta mesma agilidade dinâmica, num certo dia ele desaparecia, para mais tarde em algum sábado à tardinha aparecer em outro lugar...
Hoje os tempos são outros, não existem mais Xerifado, CPA, Servacol, nem Isal, nem Falcão, nem a alegria que povoava nossos domingos à tarde...

Edilson Souza


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