quarta-feira, 25 de março de 2015

Rua 24 de Maio/ Cel Emilio Gomes



A alma fala, chora e ri, refaz caminhos, exala sobre a nostalgia os perfumes com os quais a banhamos um dia, é o tempo refeito numa roda de prosa, no instante íntimo do poeta que mora em cada um de nós, na saudade delineada sobre as pedras da Rua 24 de maio...
Quantos sorrisos, tristezas, alegrias, namoros na saída do colégio,  viu repetidas vezes em seus recantos, este pedacinho especial da pérola do sul...?
Quem não sentiu o perfume adocicado esparramado sobre as manhãs e noites vindos da uva Japão na rua de baixo, em frente a Café do Paraná,  dos cachos de pequeninas rosas caídas sobre os muros, que delineavam aquele inesquecível caminho...?
Era de lá, do São Vicente que descíamos por ela, para o abraço da nossa Irati, somando  através dos anos, carinho cada vez maior...
As torres da Matriz, a São Miguel, o Duque, o antigo hospital, a Santa no morro, visões nascidas na 24  de Maio, entre tantas outras do dia a dia...
O tereno baldio Do Ginásio Irati guardava um mistério, como seria a piscina que haveria nos fundos? Uma curiosidade que foi vencida pelo tempo, e jamais escalamos os muros para decifrar o mistério, não por falta de ousadia, mas por uma uma esmerada educação e respeito ao bem alheio, que a gente recebia antigamente...
Subimos muitas vezes pelas calçadas e ruas de pedras para as aulas no São Vicente, e muitas vezes também descemos repassando o cotidiano, amargando notas baixas ou alegrias por alguma vitória...
Os muros altos escondiam belas casas, e testemunharam como num longo filme a nossa passagem, a nossa felicidade e por vezes a nossa tristeza, como naquele sábado em que o jovem Afonso Leite, o ganso, descendo a 24 de Maio colidiu com sua moto no muro em frente ao Thoms e Benato, e morreu no hospital logo depois, momentos que ficam indeléveis na memória...
Num segundo capítulo desta rua, a parte da Cel. Emilio Gomes, tem para os saudosistas a mesma magia, pois olhamos ela como um todo sempre, e sem distinção onde começa uma e termina outra, encontramos neste segmento a Sopaco de um lado e a Ford,com sua entrada “estilosa”, do outro, a Loja Maçonica, o Banestado, o cruzamento célebre da Xv com Cel Emilio Gomes.
Na quadra final, tínhamos o Fórum, a Coletoria Estadual, O INPS, o Corpo de Bombeiro e o Destacamento da Polícia Militar que receamos pela falta de preservação do prédio histórico, e do outro lado da rua a Prefeitura
que também remonta longa data...
Havia, segundo amigos, no prolongamento dela, mais ou menos onde está o SESI, uma igreja, que ja tive oportunidade de ver numa foto antiga, mas que o tempo não deixou resquícios e gostaria de confirmação de algum amigo...
A vida é assim, as vezes não bastam as lembranças, e se as temos, não ficamos satisfeitos com a simples saudade... Hão de procurar os nossos olhos sempre por resquícios do que passou, mas não é imperativo a eles constatar a presença física ou não da história, posto que tê-la vivido, é o que faz a alma sorrir!

Edílson Souza
     

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