quarta-feira, 25 de março de 2015

Rua Trajano Gracia



A Traj




A Trajano foi "minha segunda rua", depois que viemos do Alto da Glória, morar numa casa que existia mais ou menos entre a Ótica Íris e o Petshop Encrenquinhas, e que depois foi o Açougue do Gavlak... Nos anos 70!
Mas vamos aportar nosso batel nas águas calmas daqueles anos, exatamente em frente a sorveteria do Gobor, quantas vezes ultrapassamos aquela entrada e nos deliciamos depois de aguardarmos em filas nervosas a nossa vez, rsrsrsr, foi muito bom ter vivido aqueles anos em que esta fábrica de sorrisos esteve ali, obrigado a família Gobor!
Mais algumas remadas e chegamos a Casa Trento, este nome forte de procedência italiana, figurou na Trajano por muitos anos, funcionava no velho estilo dos armazéns, e era normal o enfileirar de carroças em sua frente, todos os dias, mas especialmente nos sábados de manhã quando os colonos vinham "buscar mantimentos" pra semana, e ao mesmo tempo traziam suas mercadorias para vender na cidade.
O detalhe é que atrás da Casa Trento, a uns 100 metros, existia toda uma comunidade, de casas de madeira, rodeada de um enorme terreno baldio, que ia até a rua Antonio Cândido Cavalin, era uma vila que tinha entrada pela Trajano , em um corredor que descia até lá, depois com o tempo foi sendo desmanchada, assim como a fábrica de chinelos do Pastzuk do outro lado da rua, e ao lado, foi onde o Nelson Martins iniciou a exposição para venda de artefatos de cimento de sua fábrica na Lagoa!
Na esquina o Cavalin Bora, era onde é o depósito, uma construção baixa, inferior em tamanho a Casa Trento, mas com sua fiel clientela, que também abarrotava suas entradas, para as compras...
Mais além onde é hoje o supermercado do Cavalin, era o depósito de cereais do Menon, e do outro lado uma Fábrica de Carrocerias, lembrem-me o nome amigos...
Mais acima já na outra esquina o posto de combustível da Shell, do Letchakoski, e quase em frente a Tapeçaria Pauluk?
Mais abaixo tínhamos o ponto de táxi, e ao lado uma enorme construção que depois foi o movimentado Super Stroparo, e quase em frente na esquina, a velha Farinheira Stroparo, a vemos também por toda a vida, é bom vê-la sempre ali, como um símbolo de todas as gerações da nossa terra!
De onde ela está até o Armazém do Batista Stroparo, quase nada havia que pudéssemos destacar senão as casas dos moradores que davam vida a este pedaço de Irati onde os loteamentos começavam a aparecer na década de 70... Mas ainda sobre o Armazém do Batista Stroparo, era o velho estilo, onde se vendia de tudo, desde arroz e feijão, até panelas, botas, semente, doces em geral, cachaça engarrafada e em doses, e o sempre presente fumo, que dava o "perfume" a estes estabelecimentos, e este armazém tinha um a peculiaridade, ele era o ponto dos colonos fazerem compras, e o lugar que as pessoas da redondeza corriam sempre que faltava alguma coisa mais urgente para suprir a despensa.
Debaixo da poeira antiga, esvaia-se num ponto ainda distante, a confluência lagoa/Irati velho, que se dava ali ao lado do "Batista", era um lugar quase a esmo poucas casas, a Vila Batista atrás do armazém, e suas casas rústicas, e quase nada mais...
O tempo tratou de despertar estas cercanias para o moderno, característica do progresso, mas podemos ainda ver e sentir aquelas lembranças em vários pontos, talvez não na geografia que mostrava, por exemplo, aquela época, um tanque do Rebesco, ou uma sorveteria Gobor, que não existem mais, mas nos olhos e no coração das pessoas a quem nos juntamos para reviver as coisas de Irati,  aportando nosso batel em qualquer cais que a saudade chamar!

Edílson Souza

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