segunda-feira, 23 de março de 2015

Quanta Saudade... (19)


No solitário olhar rumo ao infinito nem sempre se desenha a introspectiva solidão, não, há algo mais irrevogável e entristecedor chamado saudade...
Nem a lembrança das alegrias, do rufar dos tambores de todas as glórias, nem o beijo mais ardente do mais puro amor, trará um sorriso verdadeiro a quem viaja nos caminhos que levam aos recantos nostálgicos que levam a saudade...
O amanhã não repetirá o que passou, nem as névoas em nossas manhãs que ficaram, dissiparão sob o sol de algum verão, nos trazendo outras imagens que não as que fazem desaguar o íntimo de nossa alma ao sol que vem e morre ao entardecer...
A saudade é a veste que trás a história de cada um, o fogo que queima, o caleidoscópio pelo  qual vemos o passado em preto e branco sob a brisa da nostalgia em algum cais onde ancorados estão inertes todos os batéis que navegaram nos mares do nosso viver.
Se um dia vierem das longas estradas passadas, pergaminhos para te lembrarem os capítulos do tempo que você viveu, e em algum lugar te encontrarem olhando a eternidade, recolha-os ao teu coração, pois são retalhos que jamais poderá recompor aos teus dias, senão tiveres  a coragem de sentar em algum entardecer e entender que o caminho ao retorno sempre chamar-se-á...Saudade....

Edilson Souza

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