segunda-feira, 23 de março de 2015

Quanta Saudade...(5)


Como são frágeis as flores...
Indelével é sua presença a pontilhar aquarelas antigas,
no sorriso da vida, ou na despedida da morte...
Sempre passageiras como a vida, e belas como ela, tem
tons azuis da glória, e pálidas como uma lágrima que cai.
Quando a lembrança repete a comoção de uma face, de um sorriso, de uma voz que pelos tempos que nunca mais veremos, inexplicavelmente os contornos delicados e o perfume de uma flor, é presente, imortal, como a saudade que peregrina como o vento, sempre encontra estes santuários travestidos de humanos, para ancorar o passado e revivê-los para satisfazer a alma.
Banha em perfumes as mãos de seda que a conduz e com a mesma ternura, mãos calejadas, o bendito repetido em gerações de primaveras, em festas para celebrar os dias, ou murchando como a vida no momento do adeus...
A flor é como a saudade...
Que no cinza do inverno silencia a alegria, para expô-la magnifica e insinuante ao primeiro voo das abelhas na primavera, vivê-la, e dualizá-la no sorrir, e no chorar, porque assim é a vida, e o é a saudade.
E se é para a saudade possível, trazer o imponderável da alegria e a fatalidade da dor, parece ser o destino da flor situar-se neste momentos como o céu azul, que nunca vai deixar de brilhar, e sempre estar ali a sombrear a vida de paz...
Nas grandes avenidas que nos conduzem as nossas saudades, há sempre uma musica, uma face inesquecível, uma praça, uma lista de distantes estações, e o perfume de uma flor que cada um de nós levará para o infinito...
É a juventude da alma, que viajará em nossas saudades para a eternidade.

Edilson Souza

Nenhum comentário:

Postar um comentário