Será que lá atrás, há 40 anos ficou sepultado o último sopro
de vida, no apito das últimas fábricas?
Onde estão teus filhos que sonhavam com um novo ciclo,
fazendo da política a escada que leva ao ápice das realizações dos sonhos de um
povo?
Nas esteiras das grandes indústrias imaginárias, morrem a
cada dia no limiar da existência as utopias de almas cada vez mais jovens,
sedentas de vitórias suas e do lugar que nasceram e aprenderam a amar, mas que
não encontram a continuidade dos sonhos, constatando-os meros devaneios, numa
terra árida e sem iniciativa de caminhar em direção e a um novo ciclo.
É difícil olhar ao redor e ver passarem os anos e esvanecer
sob o nosso olhar resignado e sem resistência as esperanças de uma cidade
guiada sob a luz do desenvolvimento explícito das grandes indústrias, de uma
agricultura competitiva e de um comércio que cause orgulho por servirem
vizinhos de outras plagas...
Parece que o desacreditar que ronda as nossas manhãs esteja
nas obras inacabadas, na administração sem perspectivas e derrotada por sua
própria inércia no que tange a vislumbrar um futuro promissor, na própria
desilusão do povo com o voto de confiança depositado, no fisiologismo por
simpatia, dos governantes com a estagnação e com a falta de compromisso de
desenvolvimento!
Além do futuro incerto, mudam a geografia, não
arquitetônica, necessária a modernização de uma cidade, mas a geografia que se
refere a natureza vegetal, expondo a incompetência até para negociar com
particulares a não derrubada de uma mata, da extinção de um manancial que
futuramente poderia atender toda a cidade com suas águas tratadas
adequadamente... E que a sua manutenção evitaria futuras tragédias!
Ao ver as primeiras araucárias vindo abaixo ao redor do
Arroio dos Pereiras, não precisamos fazer reflexão alguma, posto que para a
destruição permitida so resta o lamento, a repulsa, a desaprovação de toda uma
gente, verdadeira dona desta terra!
Sentiremos saudade, pois vimos esta mata 3 vezes maior, com
araucárias centenárias que filtravam em verde, o azul do céu aos nossos
pequenos olhos...
Que pena Irati, que pena...
Edilson Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário