segunda-feira, 23 de março de 2015

Quanta Saudade...(12)

Quantas vezes o despontar de um novo dia nos encontrou nos braços da solidão, e vieram tomar seu café da manhã conosco, as passagens que pontilharam nossa vida, vestidas de preto e branco e com vozes ecoadas nas esquinas do tempo...
O olhar distante, oferece à este momento uma lágrima, e assim surgida no vale de uma alma saudosa, desce livre, percorrendo as dobras do rosto, até chegar aos lábios, que entreabertos murmuram a expressão de uma dor infinita chamada saudade.
A realidade esmorece, e os traços vindos de outras eras retalham os anos, e pouco a pouco relatam as páginas que a existência escreveu...
O mesmo sol que nasce nestes momentos, invadindo o íntimo de cada grão de areia, dividindo com o mar a luminosidade da vida, é aquele que sempre visitou e transformou nossa face, que brilhou primeiro e depois entardeceu a vida sob nosso olhar, nos legando este saudoso sentimento, que nos faz mergulhar nas profundezas de nos mesmos para reviver o que há muito passou...
Quantas vezes os sonhos nos vieram buscar para este passeio pela eternidade passada, e soprando-nos o vento místico do viver, despertou este aperto no peito, esta vontade de rever um amigo, de beijar um ente querido, de sentir a presença de um grande amor...
Quantas vezes as nossas manhãs se fizeram saudade...  

Edilson Souza

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