Toda a rua por mais curta que seja sempre tem suas
histórias, suas características, pois como já disse uma vez, elas não são
compostas só de estabelecimentos e residências, mas principalmente de vidas.
A rua Cel Gracia, é uma delas, com seu piso de Pedras
regulares, como tantas ruas de Irati, perdeu este "charme", ao
sepultarem sob o asfalto a antiga pavimentação, sobrando apenas pouco mais de 100 metros, como
testemunho de uma era, no final de seu trajeto.
Final
de trajeto que é por onde começamos este passeio, seria uma bela paisagem com a
ponte sobre o rio, moradias de arquitetura antiga, mas infelizmente todos
conhecem como é a agua que corre no Das Antas, somemos a isso as casas mal
conservadas, e como saudosistas, aquele meio desânimo de ter que pisar logo ali
na frente sobre o que não era nosso, o asfalto...
A whiter Shade Of Pale... A memória voa, exatamente quando passo em frente a
Bebidas Zalorenzi, aguça mais a minha audição, sem dúvidas é um ensaio do The
Snakes no Polonês... O milionário, Renato e seus Blue Caps, Jovem guarda, eles
tocavam tudo com a mesma eficiência, faziam bailes memoráveis, saraus,
carnavais, uma unanimidade absoluta em Irati,e um "Conjunto" muito
requisitado além fronteiras da Pérola do Sul... Muita saudade...
Depois
da esquina, o Woichk (esta mesmo a grafia?), deposito de cereais, que durante
anos marcou esta esquina, na outra esquina o Edifício Marchiori, belo e
requintado edifício da época.
Acima
a casa dos Araújo, o fórum, edifício referência para localização em todo seu
entorno.
Depois
o Romaniuk, do outro lado o Escritório Alvorada, que tinha uma bela equipe de
"Futebol de Salão", subindo mais o inesquecível Foto Liris, de tantos
inesquecíveis retratos que eternizaram e congelaram no tempo, o nosso tempo...
O
bar do Maluf, do sorvete e do inesquecível som dos instrumentos do Orlando,
Biduca, Chocolate e Cia, quantas vezes parei hipnotizado pelos acordes daqueles
inesquecíveis músicos que tanta alegria nos deram...
Subindo
mais um pouco, a Igreja dos Ucranianos, das festas, dos bingos, das reuniões
com os amigos, nas memoráveis barraquinhas, como elas nos fazem falta, era uma
ingênua alegria, e éramos tão felizes ao participarmos delas, por isso que alguns dizem que relembrar
é viver duas vezes, mas o ônus da
saudade na segunda, as vezes é com lágrimas...
E
chegamos a Saúde, quantas vezes aterrorizados subimos aquela escada para a
vacina, e aos berros saímos, devidamente imunizados e salvos ta terrível
varíola ou da meningite e outras mais?
O
Velho Duque, sempre o achei imponente, como um príncipe no alto, ao lado de sua
rainha o Nossa Senhora das Graças, sim porque o Rei com certeza e sem dúvida
alguma era o São vicente, o nosso colégio, rsrsrs
E
finalmente o parquinho, que nos divertimos na infância, adolescência, sempre
depois das missas, ou das festas na são Miguel.
A
vida é igual as ruas, tem suas passagens, em cada época guarda suas lembranças,
hoje não é como ontem e o amanhã jamais será como hoje, seremos nós os
narradores hoje do que passou, e faremos parte da saudade um dia de quem narrar
estes tempos, e assim será pela eternidade.
Edilson
Souza
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