quarta-feira, 25 de março de 2015

Rua 19 de Dezembro





A rua Dezenove... Era tão cotidiana a nossa passagem por ela que às vezes nos esquecíamos que sentido ela tinha...
Mas com o passar do tempo, a velha 19 foi adquirindo importância não para administrações de Irati, porque virou um campo para experiências no tocante ao tráfego iratiense, mas para os saudosistas dos tempos que ainda se viam carroças trafegando, com seus coloridos "chassis", vindo vazias e indo abarrotadas em direção ao interior, das compras feitas no Armazém do Glinski, no Trento ou no Cavalim, 3 gigantes do comércio da Pérola do Sul, cada qual com seus cativos clientes...
A 19 era a antessala de muitos iratienses, por ela estávamos a um passo do Hospital de Caridade de Irati, da Igreja São Miguel, do Duque, do parquinho, do cemitério, do N S das Graças... da festiva SUOBRI, da CAIL, da cinquentenária Sanepar, e abaixo, dos potreiros pontilhados de araucárias que desciam majestosos em direção ao arroio dos pereiras, de águas límpidas e preservadas...
Hoje vemos muitos locais de destaque antigamente, e nos parecem como velhas figuras feitas em giz, que o tempo se encarrega de desbotá-las, alheio a memória de alguns, sempre saudosa dos velhos tempos...
A Padaria Guarani, A Sorveteria do Gobor, o Bar do Moleta, o Cereais Coltro, o velho Depósito dos Pabis, alí do outro lado da rua, onde buscávamos aqueles "pirulitos" para fazer a gostosa maionese aos domingos... Bons tempos!
Com quantos amigos que já não estão entre nós, nos encontramos na tranquila 19, "pedalamos" jogamos bola de gude, futebol, nos pequenos espaços que o tempo
inapelavelmente nos levou, nos deixando lembranças boas, subtraindo amigos e somando tesouros para toda a vida...
Estas vivências na velha 19, é a antiga arquitetura, a imagem de conhecidos que tiveram que partir, e além, são pequenas partes da oração que a cada vez que nos perdemos nas lembranças, rezamos por Irati, na exposta demonstração de amor, ou no silencio de nosso coração.
O sentido físico da 19, pode ser uma coisa momentânea, que ao sabor do vento das decisões muda hoje e retorna a antiga forma amanhã... Mas aquilo que faz parte da história, que norteia o amor das pessoas por Irati jamais poderá ser mudado...
Esta aquarela vem de tempos imemoriais, e embora pincelem sobre ela, cores atuais, não conseguem mudar aquilo que a alma eternizou...

Edilson Souza

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