Maria Helena Kuzycz Assunção, teu pensamento muito apropriado
para o momento que se vive em Irati, é próprio do desgosto da luta inglória,
mas não daquela luta política desgastante de quem tem o dom para aquilo e sim,
da perseverança perdida pelo cidadão comum por falta de ajuda das autoridades
para manter o que nos era caro. Isto dói, não só a você minha amiga, mas a todo
aquele que ama Irati. E neste contexto lamentamos a extinção da nossa própria
história, simbolizada na arquitetura degradada de prédios, meio ambiente, de
ruas e calçadas judiadas pelo abandono, e como dizes, no esfriamento consciente
das relações humanas, famosas em toda parte que se vai. Quem nunca ouviu nos
rincões de todo estado do Paraná, sobre o caloroso cumprimento, da gente de Irati,
que nem sequer te conhecendo, te acena a mão onde quer que te vejam, neste
carinho polaco, ucraniano, e nesta miscigenação que tornou física a afeição
gratuita pelo seu semelhante? Quisera Deus pudéssemos admirar o atual como a
redenção de nossa terra, mas não, compõem de tristeza nossa visão, definha na
desesperança nossos dias diante de tanto descaso, desviamos, de calçadas mal
cuidadas, poças d`água, o click de nossas retinas, já não memorizam mais as
antigas belezas e sim o pigmento surrado e mal cuidado das coisas esquecidas,
como nos jazigos do abandonados. Estamos tristes, mas isto não pode ser
paradoxo no nosso amor, esta é uma dúvida que jamais poderemos ter, hão de
passar tais momentos, hão de outras manhãs surgirem no futuro dos nossos filhos,
iluminando novos dias, não percamos a fé minha amiga, pois só para a morte não
há resgate, Irati é de todos nós, e sempre será! As únicas neblinas que devem
turvar nossos dias são as das manhãs maravilhosas da nossa Pérola do Sul!
Edilson Souza
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