segunda-feira, 23 de março de 2015

Quanta Saudade...(16)


É uma névoa descortinando um tempo, o tracejar grafite na tela que conta a história de cada um...
E a alma alcança nestes limites do que é possível sonhar, uma brincadeira de roda, um céu azul, um sorriso amanhecendo o dia, um perfume de flor de laranjeira ao entardecer, uma oração nuns olhos angelicais que cuidaram de nós...
Ah! A saudade é um filete de um pouquinho de nós que busca a eternidade do que já vivemos o singelo de uma lágrima, e uma misteriosa dor de nunca podermos retornar...
Quantas primaveras passaram diante da lápide de um ser amado, do abraço empoeirado de um amigo nas brincadeiras de rua, do rosto menino de um grande amor...?
Os passos que trazem esta maravilhosa herança olham as coisas de Deus com mais carinho, praticam a humildade de quem reconhece que viveu a paz de tudo que foi possível viver, alheios a guerra das perdas, ou da luz dividida nos momentos de dor, pois ali a divina providência pôs sua mão, para que participássemos de outras histórias, e se há beleza na saudade, esta reluz a divindade de Deus...
Há que se viver de saudade sim, na recomposição da caminhada quando a dúvida escurecer a trajetória, quando um olhar resgatar o quanto fomos felizes...
Quando no balanço de alguma solidão, olhando a eternidade que ainda vamos trilhar, sabermos que aquilo que vivemos, é parte de um todo que viveremos pelo infinito das eras aqui e um dia ao lado de Deus...
A verdadeira saudade é um carinho feito pelo tempo ao tocar a nossa alma!

Edilson Souza
 

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