A Rua da Liberdade era o bruto e belo da ferrovia, era
bonito aos olhos, ver os trilhos brilhantes cercados de limpas cercanias, e
hoje há certo abandono em alguns lugares e cuidados para servir de cartão de
visitas a outros...
Mas
como vamos falar de Irati de outros tempos, podemos ignorar estes detalhes.
Esta é uma das ruas mais antigas de Irati, pisaram sobre ela, ou sobre o que vinha
ser a Rua da Liberdade, os pioneiros desta terra, que transportaram para o chão
recém pisado por seus pés, os sonhos de um novo eldorado, esta terra pontilhada
de araucárias foi o destino que escolheram os nossos antepassados, para aqui
fazer surgir suas gerações, amar e proteger este chão...
A
Rua da Liberdade é Sui Generis, ela descreve curvas como poucas em Irati, daí sua
beleza ser acentuada ainda mais pela presença da ferrovia a acompanhando em
todo seu trajeto...
No
Início dela em frente ao desembarque da estação, há um predinho que ao passar
dos anos foi mudando de função, mas que sempre pontilhou a geografia dali, dali
também se via o Hotel Esplanada, em frente à estação pelo lado esquerdo e lá na
Rua dos Operários, o histórico Hotel da Senhorinha.
À
frente e não menos histórica a Moageira, que assistiu do alto muitos momentos de
Irati, e a vemos fazendo fundo a eventos festivos da praça da bandeira, assim como
em enchentes que entristeceram e entristecem nossa terra.
Mais
adiante na confluência XV de Julho/Liberdade/Conselheiro, podia-se avistar o
belo formato do Grande Hotel, no outro lado a Farmácia... (?), depois o
inesquecível Glinskinho, e sua lanchonete que abria aos sábados à noite, e quantas
noites ali com amigos, jogamos conversa fora, e escrevemos páginas de nossas
vidas, bons tempos, meu sempre amigo e
primo Nelson Luis Dino, o Pardal saudações...
Mais
adiante a boemia iratiense tinha o Bar do Paulo, atendimento de primeira, dando
prioridade absoluta para os clientes da madrugada, rsrsrs.
Na
esquina tinha a Radio Difusora, dali também se via a Loja Imperador, mais um
pouco e se avistava a Sociedade Beneficente Cultural Iratiense, grandes bailes,
saraus, carnavais com os Snakes e seu vasto e qualificado repertório.
Depois
há um hiato que era um trecho longo demais para quem ia jogar no Batatão, ali o
coração começava a pulsar mais forte, quando alguma decisão nos esperava...
Sempre
nos pareceu um pouco da nossa casa o Batatão, pois passávamos grande parte da
semana ali, algum tempo sob os olhos do Professor Jacopetti e em outros do inesquecível
mestre Jose Maria Orreda, a quem deve muito a juventude da minha e de outras
gerações... Obrigado a todos os mestres por caminharem ao nosso lado quando não
eram raros os pontos de interrogação se manifestarem em nossos caminhos...
E
lá na curva final, as casas da Ferrovia ao lado da linha, e o Estádio Fioravante
Slaviero, compunham a aquarela que ficou em nossa memória.
O
Estádio do Olímpico tinha uma coisa característica, o cheiro de pinho, logo na entrada,
e somado a isso a arquibancada antiga, e as histórias de Orlando Petchak,
Danclise, Rato Branco, e outros craques que vestiram a camisa amarela e preta do
CAUO, quanta saudade!
Sempre
temos algo a lembrar, sempre em algum ponto de nossa vida, podemos localizar algo
que em si caberá uma história, e não precisará jamais ser poeta ou escritor para
relembrar e relatar algo que para o deleite próprio ou de amigos podemos reviver,
com as histórias de nossa terra também são assim, basta um pouco de amor e
saudade e as temos diante de nós!
Edílson
Souza
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