quarta-feira, 25 de março de 2015

Rua da Liberdade







A Rua da Liberdade era o bruto e belo da ferrovia, era bonito aos olhos, ver os trilhos brilhantes cercados de limpas cercanias, e hoje há certo abandono em alguns lugares e cuidados para servir de cartão de visitas a outros...
Mas como vamos falar de Irati de outros tempos, podemos ignorar estes detalhes. Esta é uma das ruas mais antigas de Irati, pisaram sobre ela, ou sobre o que vinha ser a Rua da Liberdade, os pioneiros desta terra, que transportaram para o chão recém pisado por seus pés, os sonhos de um novo eldorado, esta terra pontilhada de araucárias foi o destino que escolheram os nossos antepassados, para aqui fazer surgir suas gerações, amar e proteger este chão...
A Rua da Liberdade é Sui Generis, ela descreve curvas como poucas em Irati, daí sua beleza ser acentuada ainda mais pela presença da ferrovia a acompanhando em todo seu trajeto...
No Início dela em frente ao desembarque da estação, há um predinho que ao passar dos anos foi mudando de função, mas que sempre pontilhou a geografia dali, dali também se via o Hotel Esplanada, em frente à estação pelo lado esquerdo e lá na Rua dos Operários, o histórico Hotel da Senhorinha.
À frente e não menos histórica a Moageira, que assistiu do alto muitos momentos de Irati, e a vemos fazendo fundo a eventos festivos da praça da bandeira, assim como em enchentes que entristeceram e entristecem nossa terra.
Mais adiante na confluência XV de Julho/Liberdade/Conselheiro, podia-se avistar o belo formato do Grande Hotel, no outro lado a Farmácia... (?), depois o inesquecível Glinskinho, e sua lanchonete que abria aos sábados à noite, e quantas noites ali com amigos, jogamos conversa fora, e escrevemos páginas de nossas vidas, bons tempos,  meu sempre amigo e primo Nelson Luis Dino, o Pardal saudações...
Mais adiante a boemia iratiense tinha o Bar do Paulo, atendimento de primeira, dando prioridade absoluta para os clientes da madrugada, rsrsrs.
Na esquina tinha a Radio Difusora, dali também se via a Loja Imperador, mais um pouco e se avistava a Sociedade Beneficente Cultural Iratiense, grandes bailes, saraus, carnavais com os Snakes e seu vasto e qualificado repertório.
Depois há um hiato que era um trecho longo demais para quem ia jogar no Batatão, ali o coração começava a pulsar mais forte, quando alguma decisão nos esperava...
Sempre nos pareceu um pouco da nossa casa o Batatão, pois passávamos grande parte da semana ali, algum tempo sob os olhos do Professor Jacopetti e em outros do inesquecível mestre Jose Maria Orreda, a quem deve muito a juventude da minha e de outras gerações... Obrigado a todos os mestres por caminharem ao nosso lado quando não eram raros os pontos de interrogação se manifestarem em nossos caminhos...
E lá na curva final, as casas da Ferrovia ao lado da linha, e o Estádio Fioravante Slaviero, compunham a aquarela que ficou em nossa memória.
O Estádio do Olímpico tinha uma coisa característica, o cheiro de pinho, logo na entrada, e somado a isso a arquibancada antiga, e as histórias de Orlando Petchak, Danclise, Rato Branco, e outros craques que vestiram a camisa amarela e preta do CAUO, quanta saudade!
Sempre temos algo a lembrar, sempre em algum ponto de nossa vida, podemos localizar algo que em si caberá uma história, e não precisará jamais ser poeta ou escritor para relembrar e relatar algo que para o deleite próprio ou de amigos podemos reviver, com as histórias de nossa terra também são assim, basta um pouco de amor e saudade e as temos diante de nós!

Edílson Souza

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