Se em tempos idos alguém
olhasse o velho Olaria, rodeado de barreiros, numa imagem desconfortável aos
olhos, devido ao excesso de mato, barro e aparente abandono, não poderia
supor que ali fosse erigido um orgulho de Irati, mas foi, não vamos aqui
creditar méritos, pois foi uma obra em conjunto, povo/governo, que enchia os
olhos, e satisfazia a alma orgulhosa de ser iratiense, pois vinham dos
rincões mais distantes visitantes e referiam-se ao "nosso parque" com
entusiasmo e com reverencia ao nosso povo, por ter
proporcionado a si mesmo algo
digno de tornar-se marco e maravilha para a cidade e permaneceria ali
por todas as gerações...
12 de Dezembro de 1988, esta é
a data de nascimento do parque aquático, então são 26 anos, e não
precisamos avaliar a quantos ele está doente, suas feições hoje são de
alguém que já foi bonito, altivo, exalou alegria, cativou simpatia, pois todos
se sentiam bem indo as margens do lago, usufruir do lazer ao alcance de todos e,
ambiente limpo, agradável aos olhos e prazeroso ao coração...
As crianças adoravam os bichos
na ilha, ficávamos pequenos também, porque era irresistível, os
pedalinhos, aquele trenzinho, cujos 870 metros de trilhos eram bem mais que uma
viagem divertida, mas compunha um todo que fazia
o nosso ego orgulhoso, em
silencio sorrir diante do corpo desestressado e a alma leve... Afinal era
nosso aquele sonho de lugar!
Onde estão aqueles dias? Cadê
o brilho dos brinquedos do parquinho?
É triste a inércia dos
pedalinhos, e a prisão involuntária do trenzinho, que cumpre pena por ter feito
tanta gente sorrir.
Sinceramente olhando a imagem
do velho Olaria, e a do Parque nas atuais condições, a poesia das velhas
instalações sobrepõem em beleza, o desleixo a que foi submetido o nosso parque.
Há pouco tempo passei ao lado
do parque, e me detive por uns 20 minutos, divagando sobre o que é a vida
sem cuidados? Sobre o que acontece quando abandonamos um sonho
após a sua conquista...
O parque pulsava vida, era um
sonho, que não teve cuidados e sucumbe ao abandono juntamente com
quem precisava dele, a população, que soma a este, muitos reveses, inigualáveis e
que nenhuma geração da Perola do Sul, viveu...
Estamos tristes, mas é
necessário buscar na antiga glória do parque, a essência que o fez tão
bonito aos nossos olhos, e não será o abandono por parte de quem o devia
cuidar, que nos fará esquecer que este patrimônio é da gente de Irati!
Edílson Souza
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