quinta-feira, 26 de março de 2015

Crônica: Parque Aquático




Se em tempos idos alguém olhasse o velho Olaria, rodeado de barreiros, numa imagem desconfortável aos olhos, devido ao excesso de mato, barro e aparente abandono, não poderia supor que ali fosse erigido um orgulho de Irati, mas foi, não vamos aqui creditar méritos, pois foi uma obra em conjunto, povo/governo, que enchia os olhos, e satisfazia a alma orgulhosa de ser iratiense, pois vinham dos rincões mais distantes visitantes e referiam-se ao "nosso parque" com entusiasmo e com reverencia ao nosso povo, por ter
proporcionado a si mesmo algo digno de tornar-se marco e maravilha para a cidade e permaneceria ali por todas as gerações...
12 de Dezembro de 1988, esta é a data de nascimento do parque aquático, então são 26 anos, e não precisamos avaliar a quantos ele está doente, suas feições hoje são de alguém que já foi bonito, altivo, exalou alegria, cativou simpatia, pois todos se sentiam bem indo as margens do lago, usufruir do lazer ao alcance de todos e, ambiente limpo, agradável aos olhos e prazeroso ao coração...
As crianças adoravam os bichos na ilha, ficávamos pequenos também, porque era irresistível, os pedalinhos, aquele trenzinho, cujos 870 metros de trilhos eram bem mais que uma viagem divertida, mas compunha um todo que fazia
o nosso ego orgulhoso, em silencio sorrir diante do corpo desestressado e a alma leve... Afinal era nosso aquele sonho de lugar!
Onde estão aqueles dias? Cadê o brilho dos brinquedos do parquinho?
É triste a inércia dos pedalinhos, e a prisão involuntária do trenzinho, que cumpre pena por ter feito tanta gente sorrir.
Sinceramente olhando a imagem do velho Olaria, e a do Parque nas atuais condições, a poesia das velhas instalações sobrepõem em beleza, o desleixo a que foi submetido o nosso parque.
Há pouco tempo passei ao lado do parque, e me detive por uns 20 minutos, divagando sobre o que é a vida sem cuidados? Sobre o que acontece quando abandonamos um sonho após a sua conquista...
O parque pulsava vida, era um sonho, que não teve cuidados e sucumbe ao abandono juntamente com quem precisava dele, a população, que soma a este, muitos reveses, inigualáveis e que nenhuma geração da Perola do Sul, viveu...
Estamos tristes, mas é necessário buscar na antiga glória do parque, a essência que o fez tão bonito aos nossos olhos, e não será o abandono por parte de quem o devia cuidar, que nos fará esquecer que este patrimônio é da gente de Irati!

Edílson Souza

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