quarta-feira, 25 de março de 2015

Rua XV de Julho







Quanta saudade... Nossos olhos sempre afirmaram o que a nossa memória guardava, de todas as vezes em que pela XV passamos... A Rua XV de Julho não seria perfeita sem a presença do Grande Hotel...E seu inseparável personagem, o Ninho, imensa saudade de ti, onde quer que você esteja ...
Quantas vezes passamos em frente ao Hotel Plaza nas horas das refeições e o cheirinho bom de comida, nos atiçava a imaginação de como seria aquela mesa
maravilhosa neste hotel luxuoso? Aliás o dono tinha um veiculo Rabo de Peixe azul claro, de "parar o trânsito" o que fortalecia a nossa idéia de que tudo lá reluzia a valiosos metais...
Mas a XV de Julho era também o Posto do Obrzut, com sua fachada inesquecível, a Casa Choma, tão antiga quanto o nosso amor por Irati, a Casa da Cultura que
abrigou fundadores de nossa cidade, e hoje abriga a história em imagens, escrita e na memória de quem por ela passa e sempre tem algo a dizer sobre este patrimônio publico de Irati.
Quem não tem algo a dizer sobre o Clube do Comércio, seus bailes de debutantes...
Quantos carnavais foram feitos sob a pergunta...O clube do Comercio vai cair?
Aliás até hoje ninguém sabe se ele vai cair ou não, o fato que ele foi responsável por momentos memoráveis na vida de muitos, quantas reuniões de amigos, namoros, festas, peças de teatro, musicais? Belas lembranças...
A SOPACO, durante anos dividiu a esquina com uma construção com portal maravilhoso, que me consta a memória ter sido um bar, me corrijam se erro ao dizer isso...
E vejam que até a Farmácia Lá no Vico, mudou-se pra XV, pra enriquecer sua história...
O Luz hotel, o Grêmio, a LIDA - Liga iratiense de desportos amadores, que tinha uma quadra de cimento meio escondidinha, e que ate a uns anos atrás ainda se via resquícios sobre os terrenos, alí foram formados os primeiros atletas de irati sob a mão de Jose Maria Orreda, que repousa na glória de Deus e no coração dos
iratienses para sempre!
Ainda na XV, quem testemunhou como eu, quando um FENEME ao tentar subir a rua, danificou o freio e veio de ré, numa casa a esquerda da rua onde há uma araucária, foi hilário porque não foi trágico, só o susto!
Quanta saudade... Sentimos saudade do que aconteceu na Xv até em tempos que não vivíamos estes sob os anos da graça... Éramos pequeninos ou nem tínhamos nascidos...
Mas uma coisa todas a gerações de Irati viram... Naquela Alfaiataria...

O Manequim

Na rua XV de julho, à quem passava,
era notória a presença dela,
um mistério lá de cima emanava,
quando se via a sombra na janela!

Deduzia-se, apesar do medo,
o que por certo deveria ser,
e como um intocável segredo,
zombava dos que puderam ver!

O repetir na retina,
eterniza a visão,
e esta eterna visão repentina,
esticava o olhar naquela direção!

Mas o tempo que tudo subtrai,
tirou esta magia dos olhos, enfim,
e numa bela noite que por aí vai,
roubou-nos a sombra do manequim!


Edilson Souza

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